domingo, 15 de abril de 2012

Wicca

Wicca (nome alternativo para a arte da feitiçaria moderna) é uma religião de natureza xamanístíca, positi­va, com duas deidades reverenciadas

e adoradas em seus ritos: a Deusa (o aspecto feminino e deidade ligada à antiga Deusa Mãe em seu aspecto triplo de Virgem, Mãe e Anciã) e
seu consorte, o Deus Chifrudo (o aspecto masculino). Seus nomes variam de uma tradição wiccaniana para outra, e algumas delas usam
nomes de deidades diferentes, tanto em seus graus mais elevados como nos inferiores.
Frequentemente, Wicca inclui a prática de várias formas de magia branca (geralmente com propósitos de cura ou para neutralizar a
negatividade) e ritos para harmonização pessoal com o ritmo natural das forças da vida marcadas pelas fases da lua e pelas quatro estações
do ano.
Wicca (que também é conhecida como "Arte dos Sá-bios^ou, muitas vezes, somente como "A Arte") é considerada por muitos uma religião
monista, assim como panteísta, e faz parte do ressurgimento atual do paganismo ou movi­mento neopagão, como muitos preferem chama

A religião wiccaniana é formada de várias seitas (ou "tradições"), como a Gardneriana, Alexandrina, Diânica, Tâniea, Georgiana, Tradicionalista ética
e outras. Várias dessas tradições foram formadas e introduzidas nos anos 60, e, embora seus rituais, costumes, ciclos místicos e simbolismos possam
ser diferentes uns dos outros, todas se apoiam nos princípios comuns da lei da Arte. O dogma principal da Arte Wicca é o Conselho Wiccaniano, um
código moral simples e benevolente:

SEM PREJUDICAR NINGUÉM, REALIZE SUA VONTADE.

Ou, em outras palavras, você é livre para fazer o que quiser, contanto que, de forma alguma, prejudique alguém — nem você mesmo. (O Conselho
Wiccaniano é extremamente importante e não pode ser esquecido na realização de qualquer encantamento ou ritual mágico, especialmente naqueles
que podem ser considerados como não-éticos ou de natureza manipuladora.)
A Lei Tripla (ou a Lei dos Três) é uma lei cármica de retribuição tripla que se aplica sempre que você faz alguma coisa boa ou má. Por exemplo, se
você usa a magia branca (ou energia positiva) para fazer bem a alguém, por três vezes ele voltará para você durante a sua vida. Da mesma forma, se
você usar a magia negra (ou energia negativa) para prejudicar alguém, o mal ou "pecado" também retomará a você três vezes durante a mesma vida.
Os seguidores da religião Wicca são chamados de Wiceanianos ou Bruxos. A palavra Bruxo(a)^ aplica-se aos praticantes do sexo masculino e do sexo
feminino da Arte.
(Os Bruxos muito raramente são chamados de feiticeiros [warlocks]. A palavra warlock^ considerada um insulto na maioria dos
círculos wiccanianos, origina-se do inglês  arcaico WAERLOGA, que significa "aquele que rompe o juramento” e foi utilizado pela Igreja cristã de
maneira aviltante, como termo correspondente ao masculino de bruxa.)

Embora as Bruxas se orgulhem de fazer parte da Arte, existem algumas que se opõem fortemente ao uso do termo truxa", considerando que a palavra
possui determinadas conotações negativas e incitando imagens estranhas e conceitos mal-entendidos nas mentes dos que não estão familiarizados
com a Arte e que talvez se mostrem
um pouco relutantes em aceitar aquilo que não compreendem claramente.

Como a Arte Wicca é uma religião orientada para a Natureza, a maioria do seus membros está envolvida de uma maneira ou de outra com o
movimento ecológico e com as reivindicações ambientais atuais.
Os Wiccanianos não aceitam o conceito arbitrário do pecado original ou do mal absoluto, e não acreditam num Céu ou num Inferno, mas somente
naqueles que são as suas criações próprias.
Os Wiccanianos não praticam qualquer forma de magia negra ou "mal", não cultuam os diabos, demónios ou qualquer entidade do mal, e não tentam
converter membros de outras fés para o Paganismo. Respeitam todas as outras religiões positivas e acham que a pessoa deve ouvir o "chamado da
Deusa" e desejar verdadeiramente, dentro de seu coração, sem qualquer influência externa ou proselitismo, seguir o caminho wiccaniano. Muitos
Wiccanianos usam um ou mais nomes secretos (também conhecidos como "nomes de iniciação para significar o renascimento espiritual e uma nova
vida dentro da Arte Wicca. Os nomes de iniciação são muito sagrados e usados somente entre os irmãos e as irmãs do mesmo caminho. Quando um
Bruxo ou Bruxa assume um novo nome, ele ou ela deve ser extremamente cuidadoso em escolher algum que se harmonize de uma maneira ou de
outra com o aspecto numerológico do nome, do número do nascimento ou do número das ninas. Um nome bem escolhido vibra com o indivíduo e o
une diretamente à Arte.
Muitos Wiccanianos trabalham juntos em pequenos grupos que são chamados de covens. Um coven (que pode consistir de até 13 membros) é
dirigido pela Alta Sacerdotisa e/ou um Alto Sacerdote, e reúne-se para adorar a Deusa, realizar trabalhos mágicos e cerimónias nos Sabás e Esbás.
Os membros de um coven são chamados de coveners e o lugar de reunião do coven  covenstead.
Os que trabalham por si só, tanto por escolha pessoal como por circunstâncias, são chamados de bruxos ^solitários\
Os Wiccanianos celebram oito Sabás anuais, destacando as transições entre as estações. Existem quatro principais (ou grandes) Sabás e quatro
menores (ou menos importantes). Os Sabás maiores são Candiemas, Beltane, Laminas e Samhain. Os Sabás menores são Equinócio da Primavera,
Soistício de Verão, Equinócio do Outono e Soistício de Inverno. (Esses festivais são descritos em detalhes no Capítulo Dois.)
O Esbá é uma reunião mensal do coven, realizada pelo menos 13 vezes ao ano, durante a lua cheia. No Esbá, os Wiccamanos trocam ideias,
discutem problemas, realizam rituais especiais, trabalhos mágicos e de cura, e agradecem à Deusa e ao Deus Chifrudo. Uma cerimónia tradicional, a
dos "Bolos e Vinhos" ou "Bolos e Cerveja", acontece também em cada Esbá. Nelas são servidos comidas e refrescos consagrados, e os coveners
relaxam e discutem assuntos mágicos importantes. (O "Bolos e Vinho" ou "Bolos e Cerveja" é um costume tradicional sempre que acontece um ritual
wiccaniano e se traça um círculo mágico.)
Num couen a Deusa é representada pela Alta Sacerdotisa, e o Deus Chifrudo, pelo Alto Sacerdote.
A Deusa é conhecida por vários nomes diferentes. Ela é chamada frequentemente de Diana, Cerridwen, Freya, Ísis, Isthar, a Senhora ou qualquer
outro nome que o coven escolher para usar ou que um Wiccaniano sinta que corresponde à sua própria visão mitopoética.
A Deusa é um princípio feminino. Ela representa a fertilidade, a criação, os poderes regeneradores da Natureza, e a sabedoria. Seu símbolo é a Lua,
e, nas artes, é  muitas vezes representada como possuidora de três faces — cada uma representando uma fase lunar diferente. Na
Sua fase de lua nova. Ela é a Virgem; na lua cheia, é a Mãe; e, na Sua fase minguante, é a Anciã.
O Deus Chifrudo é uma deidade fálica da fertilidade e da criatividade intelectual que simboliza os poderes dos crescentes lunares do quarto crescente
e do quarto minguante. Geralmente é representado como um homem hirsuto, barbado, com os cascos e os chifres de um bode. É o deus da Natureza
e a contraparte masculina da imagem da Deusa. Na época primitiva, era adorado como o Deus Chifrudo da Caça.
Como a Deusa, o Deus Chifrudo é também conhecido por vários nomes diferentes. Em algumas tradições wiccanianas, é chamado de Cemunnos, que
é o nome latino para "o Chifrudo". Em outras, é conhecido como Pa, Woden e outros nomes.
O culto à Deusa e ao Deus Chifrudo simboliza a crença wiccaniana de que tudo que existe no universo está dividido em dois opostos: feminino e
masculino, negativo e positivo, luz e trevas, vida e morte, yin e yang — o equilíbrio da Natureza.
Fm certas tradições wiccanianas, a Deusa é adorada durante os Sabás da Primavera e do Verão, pois simboliza a fertilidade da terra na época do
crescimento, e o Deus Chifrudo, durante os Sabás do Outono e do Inverno, pois representa a metade escura do ano.
Outras tradições adoram a Deusa em Seus vários aspectos durante todo o ano e observam o nascimento (na verdade o renascimento) do Deus
Chifrudo no Sabá do Soistício de Inverno; Seu crescimento, puberdade e maturidade, durante, respectivamente, os Sabás da Primavera, do Verão e
do Outono; e a Sua morte, no Sabá Samhain.
Após a morte, diz-se que Seu espírito retorna ao ventre divino da Deusa Mãe até o Soistído de Inverno seguinte, quando, mais uma vez, renasce.
Esse antigo eido mítico de nascimento-morte-renascimento se repete a cada ano.
O Deus Chifrudo tem sido adorado desde os tempos antigos em quase todas as culturas; entretanto, a Igreja Católica Romana, numa tentativa de
erradicar a adoração do antigo deus pagão da caça e da fertilidade, perverteuo em seu símbolo do mal e o chamou de Diabo.






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